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quinta-feira, 7 de junho de 2018

De imigrante a campeão

Treinador do Senegal conta sua trajetória até a final

Foto: Mariana Braz
No último domingo (03/05), ocorreu no estádio Beira Rio a segunda edição da Copa dos Refugiados em Porto Alegre. Evento que consiste em buscar a integração de refugiados e imigrantes com o povo gaúcho e promover a sua inclusão social.  (entenda a diferença entre refugiado e imigrante)
A seleção de Senegal se tornou bicampeã da Copa após superar o Líbano nos pênaltis, em uma partida onde o cansaço tomou conta dos jogadores. 
Há cinco anos no Brasil, o técnico da seleção senegalesa Serigne Mame, conta que conheceu o país através de um amigo do Rio de Janeiro, foi incentivado por ele a vir para cá, pois na época tinha muito emprego. Ele relata que o início não foi muito fácil, quando chegou em Caxias do Sul não tinha lugar para ficar, então esse amigo o tirou da rua e o acolheu dentro de sua casa, onde residiu por um ano, economizando dinheiro para alugar uma casa e abrigar mais dois amigos. 
Aprendeu a falar português na prática, ouvia as pessoas e tentava repetir as palavras. Entre risos, admite que não é algo fácil, mas que vem aprimorando a língua. 
A seleção senegalesa é bem organizada, a ideia de montar um time veio justamente para ajudar aqueles que estavam chegando no país, fazendo do futebol um meio de aproximação. Caso alguém chegasse aqui e não tivesse uma casa para ficar, através dessa união proposta pelo futebol, eles arranjavam abrigo e ajudavam um ao outro. 
Foto: Denise De Rocchi

O time joga junto há quatro anos e chegaram a jogar contra o time B do Caxias e do Juventude. A inspiração de ser treinador veio a partir disso. Ele conta que estavam treinando para essa copa há muito tempo, jogavam todos os domingos para se prepararem.
Segundo ele, a importância de ter ganhado o título é gigantesca, todos os jogadores mereceram, pois jogaram em jejum - Ramadã, um tempo de renovação da fé. Serigne alega que se não tivessem feito isso, não teriam chegado até a final e explica que por isso alguns jogadores erraram os pênaltis, pois estavam muito cansados. Com um sorriso no rosto e a medalha no peito, afirma que todo o esforço valeu a pena.




                                                                                                                                           Mariana Braz

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