Treinador do Senegal conta sua trajetória até a final
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Foto: Mariana Braz |
No último domingo
(03/05), ocorreu no estádio Beira Rio a segunda edição da Copa dos Refugiados
em Porto Alegre. Evento que consiste em buscar a integração de
refugiados e imigrantes com o povo gaúcho e promover a sua inclusão social. (entenda a diferença entre refugiado e imigrante)
A seleção de Senegal se
tornou bicampeã da Copa após superar o Líbano nos pênaltis, em
uma partida onde o cansaço tomou conta dos jogadores.
Há cinco anos no Brasil, o
técnico da seleção senegalesa Serigne Mame, conta que conheceu o país através
de um amigo do Rio de Janeiro, foi incentivado por ele a vir
para cá, pois na época tinha muito emprego. Ele relata que
o início não foi muito fácil, quando chegou em Caxias do Sul não
tinha lugar para ficar, então esse amigo o tirou da rua e o acolheu dentro de
sua casa, onde residiu por um ano, economizando dinheiro para alugar uma
casa e abrigar mais dois amigos.
Aprendeu a
falar português na prática, ouvia as pessoas e tentava repetir as
palavras. Entre risos, admite que não é algo fácil, mas que vem aprimorando a língua.
A
seleção senegalesa é bem organizada, a ideia de montar um time veio
justamente para ajudar aqueles que estavam chegando no país, fazendo do
futebol um meio de aproximação. Caso alguém chegasse aqui e não tivesse uma
casa para ficar, através dessa união proposta pelo futebol, eles
arranjavam abrigo e ajudavam um ao outro.
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Foto: Denise De Rocchi |
O time joga junto há quatro anos e chegaram a jogar contra o time B do Caxias e do Juventude. A inspiração de ser treinador veio a partir disso. Ele conta que estavam treinando para
essa copa há muito tempo, jogavam todos os domingos para se
prepararem.
Segundo ele, a importância de ter ganhado o título é gigantesca, todos os
jogadores mereceram, pois jogaram em jejum - Ramadã, um tempo de renovação da
fé. Serigne alega que se não tivessem feito isso, não teriam chegado até a final e explica que
por isso alguns jogadores erraram os pênaltis, pois estavam muito
cansados. Com um sorriso no rosto e a medalha no peito, afirma que todo o
esforço valeu a pena.
Mariana Braz
Mariana Braz
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