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sexta-feira, 8 de junho de 2018

Novos rostos que fazem o Brasil

Haitianos, sírios, senegaleses, congoleses, venezuelanos... por diferentes razões estas pessoas deixaram seus países nos últimos anos em busca de uma vida melhor no Brasil. Alguns são classificados como refugiados, status legal que é concedido a quem sofre "fundado temor de perseguição" em seu local de origem e cruza fronteiras para proteger a própria vida. Foi o que aconteceu com colombianos e angolanos na década de 1990 e que ocorre agora com sírios, por exemplo. Outros buscam melhores oportunidades de trabalho, como os senegaleses, ou de condições econômicas e de infraestrutura mais adequada, como os haitianos que abandonaram sua terra após o terremoto em 2010. 
O status de refugiado é concedido pelo Comitê Nacional de Refugiados (CONARE), que analisa cada caso. Os sírios são atualmente o grupo mais numeroso, mas a situação pode se modificar se as solicitações apresentadas por venezuelanos forem reconhecidas. No ano passado, eles encaminharam mais de 17 mil pedidos ao CONARE, o que representa 53% do total. Em casos nos quais o conceito de refúgio não se aplica, o governo concedeu também vistos humanitários. 
A prática no Brasil tem sido a de não criminalizar a imigração, o que não quer dizer que a acolhida seja sempre fraterna. Os estrangeiros enfrentam o preconceito (e o racismo é um problema muito presente no Brasil) e há inclusive casos registrados de agressão contra eles. Num cenário de crise econômica, há brasileiros que temem perder seus empregos para quem vem de fora, um argumento que é derrubado por pesquisas científicas. 
Entre as formas de facilitar a inclusão de refugiados e imigrantes está o apoio no aprendizado do português. Algumas destas aulas serão financiadas com o valor arrecadado na Copa dos Refugiados, realizada nos dias 2 e 3 de junho em Porto Alegre. A cobertura do evento foi feita por nossa equipe e você confere aqui. 
O local das semi-finais e final da competição não podia ser mais apropriado. O Beira-Rio foi remodelado para a Copa de 2014 e teve entre seus operários haitianos, que tive oportunidade de entrevistar no dia da inauguração. Na época, me contaram que recebiam cerca de R$ 1500,00 e tentavam viver com cerca de R$ 1000,00 apenas. O restante era enviado para familiares no Haiti, pois representava um valor alto lá, que garantia uma vida melhor para os que tinham permanecido.  
Denise De Rocchi

De imigrante a campeão
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